quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Uma boa lente pode salvar o seu dia


Hoje o post é bem curtinho. Apenas pra falar de uma recente experiência, quando saí exclusivamente para fotografar alguns gatos "selvagens" que habitam um parque local (Parque Portugual - Taquaral - Em Campinas).

Era meio da tarde, e a luz estava muito boa, quando de repente o céu ficou nublado, escuro, e aquela chuva vinha se formando. Em cinco minutos, um dia de sol virou um dia bem nublado (pelo menos 5 EVs a menos de luz).

Os gatos adoram se esconder ao meio da densa folhagem do local, então, à disponibilidade de luz natural não era das melhores. Com minha Tele 70-300mm, por exemplo, em F4.0 (maior abertura na faixa dos 150mm) tive que elevar o ISO da câmera para 1600, e mesmo assim a velocidade do obturador ficou entre 1/30 e 1/20. Até tentei fazer algumas fotos com esta configuração, mas fotografar com lente em 150mm em 1/20 sem tripé é tarefa quase impossível, e elevar o ISO acima de 1600 também estava fora de cogitação. Fotos "tremidas" na certa.

Para minha sorte, dispunha de minha Rokinon 85mm F1.4, e resolvi utilizá-la. Apesar da distância focal (Zoom) ser um pouco menor do que eu precisava, era o que me restava para tentar salvar o dia.

Assim que corretamente instalada na câmera, já pude notar que um obturador, que era de 1/30 com a lente F4 passou à ser 1/350!!! Deu até pra baixar pra ISO 800 e usar obturador em 1/160. Bingo! Fiz a foto que queria.


Exif Summary:
2011:11:29 17:35:02
NIKON D3100
Focal Length: 127mm (35mm eq.)
Aperture: f/1.4
Exposure: 1/160s
Ev: 8
ISO equiv: 800

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Rokinon 85M-N 85mm F1.4


A algum tempo, aproveitando a viagem (e disposição em trazer) de um amigo aos Estados Unidos, adquiri uma Rokinon 85mm f1.4 para minha Nikon (por lá o preço é bem mais atraente do que aqui no Brasil). Abaixo vou contar um pouco sobre a lente e fazer um breve "review" desta pérola asiática.



Pra começar é importante dizer que a abertura F1.4 não é algo comum de se ver no mercado, tampouco trivial de se conseguir opticamente. O mais comum é encontrarmos lentes com abertura máxima entre 2.8 e 3.6, o que representa 3 a 6 vezes menos capacidade de coleta de luz.

Para quem não está familiarizado, a abertura, ou "F-Number", é a relação entre a distância focal e a circunferência do diafragma que limita a entrada de luz. No caso da Rokinon, este diafragma tem uma circunferência de 60,7mm (85mm / 1.4).

Quando uma lente possui uma grande abertura (capacidade de coleta de luz) é chamada, no meio fotográfico, de "lente rápida", referindo-se ao fato de que com estas lentes consegue-se velocidades mais rápidas do obturador, pois ao captar mais luz, o sensor é exposto por um período de tempo menor (informações adicionais neste artigo: http://goo.gl/KGrT4).

A "rapidez" da Rokinon vem à um custo: trata-se de uma lente "prime", ou seja, com distancia focal fixa (não possui zoom). Nada anormal visto que todas a lentes super-rápidas do mercado são "primes", pois em sua construção são utilizados bem menos elementos ópticos (as lentes "prime" tem uma construção bem mais simples que as lentes com distancia focal variável).

Outro ponto que pode-se considerar "negativo" é que o foco é manual, o que pode ser um problema para uma lente com uma profundidade de campo tão estreita (mais sobre isso abaixo).

Introdução feita, posso afirmar que a relação custo/benefício desta lente é excelente. À um custo de US$ 280,00 (na Amazon: http://goo.gl/ZqTRn), custa o equivalente a 11% que sua concorrente direta, a Nikon 85mm f/1.4G AF-S (US$ 2.500,00).

Uma das regras básicas da fotografia é que a profundidade de campo (DOF) diminui à medida em que a abertura aumenta. Com uma abertura de 1.4, a Rokinon oferece uma profundidade de campo bastante estreita, o que pode ser utilizado de forma bastante criativa através do foco seletivo, e foi isto exatamente que me seduziu nesta lente.

O foco é manual, e pode-se tornar bastante "arisco", principalmente nas aberturas maiores. Com o tempo, ganha-se destreza em sua utilização, mesmo assim, não creio ser uma boa idéia utilizar a Rokinon em situações que exijam foco rápido, como esportes, ou até mesmo em retratos de crianças (que são bastante imprevisíveis).

A Rokinon 85mm F1.4 é uma excelente opção para retratos (não recomendo-a para retratos de crianças pequenas devido ao foco manual). A foto abaixo, da Gabriela Figueira, foi feita em uma sala comum onde as paredes de fundo não estavam a mais de 3 metros. Notem que o assunto é destacado do ambiente, que ficou fora de foco.

Adiciono, entretanto, que esta lente não deve ficar restrita ao retratos. Sua versatilidade criativa deve ser explorada em todo tipo de ambiente. É uma ótima lente, por exemplo, para se fotografar arquitetura.

Uma dica: Para utilização externa, durante o dia, em sua abertura máxima, é imprescindível um bom filtro de Densidade Neutra, (pelo menos, 3 "f-stops").

Meu veredicto é que a Rokinon vale cada centavo. Óptica de precisão, materiais adequados e um "feeling" de produto bem acabado, além é claro de sua ótima performance fotográfica, por um preço que é uma barganha. Recomendado!


Algumas observações:

- Trata-se de uma lente FX, compatível com DX (significa que funciona adequadamente nas câmeras FX da Nikon)
- A lente está disponível também para Canon e Sony
- Na Ásia, esta mesma lente é chamada de Samyang 85mm F1.4 (onde é bastante "famosa").


Em breve farei um post apenas com fotos feitas com a Rokinon. Aguardem.



Exif Summary:
2011:10:30 17:15:27
NIKON D3100
Focal Length: 127mm (35mm eq.)
Aperture: f/1.6
Exposure: 1/80s
Ev: 8
ISO equiv: 100

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

(motion) Blur


Em fotografia, temos dois tipos de "blur" (traduz-se como obtuso - antônimo de nítido):

1 - "Lens Blur", também conhecido como "Bokeh", resulta dos pontos da imagem que estão fora de foco, e é diretamente relacionado à abertura (f/stop) e à distância focal da lente, além da distância entre a lente e o foco. Essa soma de fatores produz o efeito conhecido como "Depth of Field" (profundidade de campo). A quantidade de "blur" é diretamente proporcional à distância focal (Zoom) e inversamente proporcional à abertura.

2 - "Motion Blur" resulta da movimentação relativa da cena em relação ao eixo da lente. A quantidade de "blur" é proporcional à velocidade da movimentação e ao tempo de exposição.

O "blur" é muito utilizado, principalmente em retratos, isolando o assunto principal dos demais elementos da cena.

Na grande maioria das vezes, o "blur" utilizado é o "Lens Blur", visto que pode ser obtido (facilmente?) configurando adequadamente o equipamento fotográfico. Porém, em algumas raras ocasiões, o fotógrafo astuto pode produzir ótimos resultados com o "Motion Blur".

A fotografia abaixo já estava em minha mente a muito tempo, mas eu nunca encontrava o equipamento (gira-gira) para realizá-la. Recentemente tive a oportunidade e creio que o resultado foi bastante bom (embora o fundo tenha ficado ligeiramente sobre-exposto).

Como descrevi acima, a quantidade de "blur" é diretamente proporcional à velocidade da movimentação e ao tempo de exposição da cena. Então, para maximizar o efeito eu precisava da maior velocidade com o maior tempo de exposição.

A velocidade que gira-se o brinquedo é limitada. Não creio que seja inteligente girar à mais do que 30 RPM (uma volta a cada dois segundos), principalmente com uma criança "à bordo". Desta forma, restou-me tentar um longo tempo do obturador, que também tem o seu limite, para evitar que o assunto, também, fique obtuso.

Acabei escolhendo 1/15s ("stopando" o diafragma à F1/18), o que resultou no efeito desejado. Assunto nítido, e fundo totalmente obtuso.

O ministério da Saúde Adverte: Ficar concentrado em fazer uma foto em cima de um "gira-gira" olhando pelo visor pode resultar em enjoo. :-)


Exif Summary
2011:11:13 10:08:53 - NIKON D3100
Focal Length: 42mm (35mm eq.)
Aperture: f/18
Exposure: 1/15s
Ev: 12
ISO equiv: 100


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Retratando a infância


Dês do nascimento do Gabriel (meu filho), em 2009, meu interesse em retratar crianças e bebês só faz crescer. Obviamente a paternidade tem grande influência neste sentido, mas não é exclusiva "culpada". À medida em que fui praticando e aprendendo (com o Gabriel), percebi que fotografar a infância é uma grande aventura devido à imprevisibilidade dos pequenos (é bastante difícil fotografar algo sob o qual se tem tão pouco controle).

Neste sentido, um bom resultado final é sempre muito comemorado! Não é raro, em uma sessão, se fazer 100 ou 200 fotos das quais poucas estarão dentro daquilo que se esperava (e viva o digital - esta razão de fotos feitas e fotos aproveitadas seria insustentável na época do filme).

Em um outro post falarei mais sobre as "manhas" de se fotografar crianças. Por hora, deixo como sugestão a leitura do ótimo livro intitulado "Children's Portrait Photography Handbook"

Finalizo com uma foto do meu filho. Foi feita durante "sessão" bastante descompromissada. O Gabriel brincando na sala enquanto eu o fotografava. De-repente, a pose inesperada, um clássico retrato "meio corpo" (upper body portrait) com direito à corpo ângulado, como manda o figurino. A "pose" deve ter durado alguns milisegundos, mas foi o suficiente para a captura bem sucedida.

A luz, proveniente da janela (difusa devido a um dia nublado) colaborou bastante. Enfim, uma comunhão de detalhes que culminaram em uma bela, e inesperada, fotografia.

O resultado me agrada muito, e me faz lembrar que, as vezes, nos momentos mais inesperados, obtemos o nosso objetivo.


Exif Summary
2011:09:17 14:16:50
NIKON D3100
Focal Length:
157mm (35mm eq.)
Aperture: f/5.6
Exposure: 1/50s
Ev: 11
ISO equiv: 400

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Aí vem a Gabriela....


Neste final de semana estive na casa de velhos (e muito bons) amigos. Eu não poderia deixar passar a oportunidade de retratá-los em um momento tão especial de suas vidas: a emoção e ansiedade pela espera da Gabriela.

A sessão foi fantástica e muito divertida de se fazer. Selecionei uma das imagens feitas para comentar aqui no Blog.

Para esta fotografia, utilizei a (fantástica) Rokinon 85mm F1/1.4. Com uma ampla abertura, esta lente possui uma profundidade de campo bastante estreita, o que permitiu isolar o assunto (o casal) do, levemente desfocado, fundo (mesmo estando tudo muito próximo).

Para balancear a luz que vinha da janela (direita) e suavizar as sombras, utilizei Flash de preenchimento (YN465 em modo TTL).

O resultado foi um retrato suave, que traduz bem o momento de felicidade do casal.

Que venha a Gabriela, e que ela traga muita felicidade à todos.


Exif Summary
2011:11:05 16:10:38
NIKON D3100
Focal Length:
127mm (35mm eq.)
Aperture: f/1.4
Exposure: 1/60s
Ev: 7
ISO equiv: 100

Olá

Olá. Este é o meu (novo) blog. Photon Particle. Seja bem-vindo.

A ideia aqui é publicar, no sentido amplo da palavra, minhas experiências e descobertas no mundo da fotografia. Ideias, dúvidas e suas eventuais respostas, além é claro de muitas fotos, com explicações técnicas.

Comentários e críticas construtivas são muito bem-vindos. O objetivo é a elevação coletiva do conhecimento.

Sobre o título: "Photon Particle": O fóton é a partícula elementar da luz (o que forma a luz). Fotografia pode ser entendida (entre outras maneiras) como a captura (criativa?) da luz, ou seja, das partículas de fóton.



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